Personalização de sites

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  Tenho acompanhado discussões na internet, muitas vezes acaloradas, sobre a polêmica de desenvolver um site a partir ou sobre um template pronto. 

 Um template para quem não sabe é como se fosse um "molde" ou forma pronta para ser reusada. Assim como temos modelos de documentos no Word ou Powerpoint que podem ser reutilizados para gerar novos documentos, também temos esse conceito muito semelhante na criação de sites.

 Longe de mim querer inflamar (ainda) mais essas dicussões, me parece que o foco das discussões acaba sempre mirando para um lado da questão que é muito mais técnica e se esquecem de debater o contexto real de cada caso, dentro da visão do cliente.

 Não existe dúvidas que o trabalho de webdesign deve ser extremamente valorizado. É preciso muitos anos de experiência, bastante estudo e dedicação para se tornar um profissional de webdesign pleno ou sênior.

Mas por outro lado, existe uma questão de segmentação de mercado, de foco e financeira que deve ser levada em conta. Essa visão somente tem que se coloca nos "sapatos" do cliente. Para ter uma percepção mais apurada é preciso abandonar, ou talvez, reciclar a visão tecnicista que a grande maioria dos profissionais e donos de agências têm.

Pegue o caso de micro empresários que faturam em torno de R$ 5.000,00 por mês/bruto. Essa é a realidade de mais de 20 milhões de micro empresários brasileiros. Vejamos, no processo clássico de criação de sites, o trabalho passa por um bom briefing, a elaboração de wireframes, a estruturação da informação, a criação do conceito, a criação, otimização e publicação do site. Todo esse processo pode levar facilmente um site, quando feito de forma profissional a um custo superior a R$ 5.000,00, isso para um site digamos básico. Alguém acredita que um micro empresário poderá pagar? Então, o que fazemos com esses profissionais que também tem direito a ter uma presença digital? Vamos simplesmente por a culpa neles e relega-lós ao ostracismo digital? Não estaríamos simplificando demais o processo com frases do tipo "vai lá e faz com aquela empresa que vende sites por R$ 500,00"! Isso não soa como um certo ranço técnico de alguém que não consegue enxergar outro lado da questão.

 Ai surgiram as empresas que desenvolvem sites sobre templates prontos. Nessa modalidade o cliente escolhe um modelo de site pronto e o profissional "adpta" o site já existente com as informações, fotos e dados do cliente. O custo costuma ser até 70% inferior a criação de um site do "zero".

  Não queremos aqui defender de forma alguma  uma ou outra abordagem, mas levantar a questão do bom senso e perguntar aos profissionais da área se não estaríamos restringindo nossa visão a um viés puramente técnico.

  Será que o se o cliente for esclarecido dos prós e contras de uma e de outra abordagem e souber exatamente pelo que esta pagando, haveria algum problema?

Vemos companhias áreas que cortam todos os benefícios e regalias chegando ao ponto de cobrar por espaço adicional e ainda assim prosperam no mercado. Por outro lado, é fácil encontrar programadores e designers "irados" na internet contra profissionais ou empresas que usam a metodologia de customização de templates.

  O que impede uma mesma empresa de fornecer um serviço sobre medida de acordo com o orçamento do cliente. Quantos de nós recebem solicitações de clientes que realmente estão dispostos a pagar por um trabalho único e que possuem orçamento para tanto. Ao mesmo tempo, atire a primeira pedra aquele profissional que nunca teve leads que realmente não poderiam pagar pelo desenvolvimento. Cabe a cada empresa ou profissional decidir a qual mercado vai atender ou numa visão administrativa e estratégia, adaptar sua linha de produção, quando possível, para atender diversos públicos. Empresas automobilísticas fazem isso, construtoras fazem e até hotéis. Não seria um pouco de miopia gerencial essa histeria toda?

  Particularmente não sou contra ou a favor de uma ou outra abordagem, até porque em nossa agência existem produtos e serviços adaptados a cada realidade, mas acredito simplesmente que o cliente final, aquele que paga pelo serviço, deve ter amplo e abundante acesso a informação, saber exatamente pelo que esta pagando e o que vai levar em consequência do seu orçamento.

  Por fim, acredito que exista espaço para todos. Não fosse assim, talvez o mercado de websites já teria sucumbido como muitos outros. Mais que uma questão tecnológica existe aqui uma questão mercadológica. 

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