O ciclo perverso da odontologia e como fugir dele


como-fugir-do-ciclo-perverso-da-odontologia

 Se você se formou a pouco tempo deve estar louco para ganhar dinheiro com sua profissão, certo? Claro, foram anos e anos dedicados aos estudos, horas perdidas (ou seriam investidas?) em leituras, trabalhos e por fim você conseguiu seu tão sonhado diploma. Hora de ganhar dinheiro, certo? bom....

  A vida não é bem assim. Algum escritor ou pensador famoso já disse que o "sucesso repentino demora 5 anos para acontecer"!

  Pois é, logo depois de se formar o dentista percebe que vai te um longo caminho pela frente. Afinal, ao seu lado, por ano formam-se mais 12.000 profissionais no território brasileiro. E o pior é que grande parte deles se concentra nos grandes centros gerando uma competição insana pelos mesmos pacientes.

  Existe também um senso comum entre os profissionais que o que é ensinado na faculdade é insuficiente para o sucesso profissional no exigente mercado atual.

  Então, o que via de regra acontece? O profissional passa a fazer mais do mesmo, ou seja, investe em mais formação técnica, provavelmente fazendo uma especialização que vai consumir mais tempo, mais dinheiro, mais recursos. 

  Nesse meio tempo por falta de outras  habilidades e competências ele passa a trabalhar para outros profissionais já estabelecidos em troca de "alguns trocados". Claro, não da para chamar de remuneração o que 80% dos profissionais recém formados e outros já com alguma estrada estão recebendo atualmente.

  Outros, um pouco mais ousados arriscam o caminho do empreendedorismo abrindo um consultório próprio sozinho ou com outros colegas que dividem com eles três condições em comum:

1 - A paixão pela odontologia;
2 - O conhecimento técnico da profissão;
3 - A "ignorância" dos princípios básicos de gestão empresarial, marketing, finanças e recursos humanos.

 O resultado? Geralmente frustração e desânimo com a carreira. Na nossa prática diária de consultoria de gestão e marketing para dentistas temos convivido com esse cenário rotineiramente e lamentavelmente as previsões é de que esse que chamamos de ciclo perverso da odontologia tende a continuar por muito tempo e até se aprofundar.

Como fugir do ciclo perverso da odontologia

  É interessante que são poucos os profissionais de odontologia que percebem o contexto em que a sua profissão esta inserida.

 Costumo dizer que é preciso que o CD dê um zoom out em relação ao seu negócio que é a prática clínica da odontologia. Ora, a odontologia existe em virtude de um contexto maior, econômico e social.

  São poucos os profissionais que acompanham as notícias de economia e mais que isso que adaptam a realidade dos seus consultórios e clínicas para esse constante mutação da sociedade.

  Passivamente como bois indo para o matadouro grande parte dos profissionais continua usando práticas de administração dos seus consultórios como se fazia há cerca de 20, 30 anos atrás.

  Vamos combinar que isso é no mínimo contraproducente. Ora, se há 30 anos a economia não era lá essas coisas (aliás, quando foi?), existia menos concorrência, convênios odontológicos eram novidade e franquias de odontologia não existiam.

 O cenário mudou e somente existe uma forma de quebrar o ciclo perverso da odontologia. Essa forma se chama: profissionalização.

 Profissionalização da Odontologia

  Mas como assim profissionalização da odontologia? A odontologia brasileira é uma das mais respeitas no mundo. Nossos dentistas são referências em várias áreas, certo? Sem dúvidas. Existe uma abundância de conhecimento técnico a respeito da odontologia e seu campo de estudo, mas quando olhamos para as áreas complementares que possibilitam a odontologia se transformar em um negócio rentável e lucrativo de forma ética e satisfatória para todos os envolvidos (proprietários, clientes, investidores, governo, comunidade, etc) o amadorismo é que dá o tom.

  Para citar um exemplo, em uma pesquisa que a Sênior Marketing fez com 130 clínicas odontológicas no final de 2014 obtivemos números assustadores que reforçam o grau de amadorismo na gestão e na profissionalização dos consultórios e clínicas brasileiras:

  • 79% não tinham uma conta bancária separada para o dinheiro da clínica / consultório e o dinheiro dos proprietários;
  • 85% não tinham um CNPJ;
  • 78% das clínicas ou consultórios que eram pessoas físicas não recolhiam o carnê leão;
  • 65% das clínicas ou consultórios investiam menos que R$ 5.000,00 por ano em publicidade e propaganda;
  • 77% das clínicas e consultórios não possuíam um site;
  • 68% dos donos das clínicas e consultórios não sabiam ou não tinham definido um pró-labore mensal.
  • 72% das clínicas e consultórios não tinham programas de fidelidade com seus pacientes;
  • 87% não mediam a eficiência entre orçamentos apresentados x taxas de fechamento;
  • 79% sofriam com desistências e absenteísmo dos pacientes.


Os números acima demonstram o quanto o amadorismo e a falta de visão administrativa ainda reinam nas clínicas e consultórios odontológicos brasileiros.

  Essa não é uma crítica mas uma constatação. Se você como profissional de odontologia continuar fazendo como os seus pares, investindo continuamente, SOMENTE na melhoria dos seus conhecimentos técnicos e não investir na melhoria das suas capacidades como gestor e empreendedor, existe uma chance de 90% dos seus resultados no final de cada ano serem bem limitados.

Conclusão

  Vai longe o tempo em que bastava ser um dentista excepcional para ter uma agenda repleta de pacientes. É preciso ser mais. As exigências atuais vão bem além do conhecimento técnico especializado.

  Se você acredita que esse artigo contribuiu de algo forma para sua análise crítica, passe-o para os seus colegas. 

  Se precisa de ajuda para aprimorar a gestão e o marketing do seu consultório ou clínica, entre em contato conosco e vamos conversar!



Sênior Marketing