Todo dentista, ou pelo a grande maioria, sonha em abrir seu consultório e realizar o trabalho que aprendeu e dedicou anos de sua vida durante sua formação acadêmica e depois cursando alguma especialização.
Tudo isso é muito bom e é o caminho certo a se fazer. Acontece que por falta de conhecimento de alguns conceitos básicos de gestão empresarial, esse profissional, que na verdade é uma empreendedor, acaba vendo seu sonho se transformar em um pesadelo, não por falta de competência naquilo que ele sabe e ama fazer, mas por ignorância (no sentido de desconhecimento) daquilo que ele não sabe ou não procura conhecer e que é igualmente importante para o seu sucesso profissional.
Cotidianamente, nas nossa consultória de marketing e gestão para dentistas nos deparamos com 3 tipos de problemas bem característicos. Hoje, quero abordar um desses problemas que é a confusão que muitos dentistas, médicos e outros profissionais de saúde fazem na administração do faturamento gerado pelos seus consultórios.
Faturamento é diferente de lucro
Em primeiro lugar, apesar de ser simples, muita gente ainda confunde os conceitos de faturamento e o de lucro. Quando perguntamos para alguns dentistas e médicos como eles sabem se o seu consultório da lucro, recebemos a seguinte resposta: "basta olhar minha conta bancária". Não, não e não. Errado.
A confusão que existe é que existe uma ENORME diferença entre o que o consultório fatura, ou seja, o quanto seu consultório vendeu em atendimentos, procedimentos, cirurgias, exames ou qualquer outra fonte de receita e o que realmente é lucro.
Lucro é o que sobre de dinheiro depois que você paga: os fornecedores (laboratórios, dentais, etc), o governo (impostos), as operações bancários e de crédito (taxas de cartão, cestas de serviço bancários, etc) e suas despesas fixas (salário de funcionários, contador, telefone, etc).
Ah, muitos dirão, agora eu entendi: o que sobrou é o lucro que eu vou colocar no meu bolso, certo? Errado novamente. E aqui existe o grande pecado que MATA em menor ou maior tempo a viabilidade do seu consultório: a retirada do lucro do negócio para o bolso do dono do consultório.
Vamos esclarecer de uma vez por todas: o lucro deve ser distribuído para o dono do negócio e para reinvestimento no próprio negócio. Acontece que a necessidade de reinvestimento é diária, como por exemplo, para o fluxo de caixa.
Imagine que você tem um fluxo recorrente de pacientes que frequentam sua clínica mensalmente. Porém, um evento qualquer na macroeconomia faz com que os pacientes reduzam os gastos com procedimentos médicos ou odontológicos. De onde virá o dinheiro para cobrir o "buraco" da redução de pacientes? Você tem basicamente duas opções de curto prazo:
1 - Cortar custos, como mandar funcionários embora, diminuir a qualidade dos serviços, o que sempre traz mais prejuízos do que benefícios.
2 - Buscar dinheiro no sistema financeiro, o que como todos nos sabemos é caro e cada vez mais raro no país.
Por isso é tão importante não retirar o lucro da sua empresa mensalmente e usa-ló como seu fosse parte do seu salário. É preciso manter uma reserva. E essa reserva, via de regra, em pequenas empresas como consultórios médicos e odontológicos vem da própria operação do dia a dia.
Consultório rico, doutor pobre
Sabemos que a sociedade moderna gera alta expectativa sobre os profissionais de saúde. Todo mundo acredita que o "doutor" deve estar ganhando muito bem.
Ninguém aqui quer fazer apologia da pobreza, mas é preciso primeiro ter uma empresa forte para depois sim, ter um estilo de vida mais alto nível. É preciso entender que um consultório médico ou odontológico é um investimento e como tal passará por fases como qualquer negócio: nascimento, retorno do investimento, maturação, estabilidade e declínio. Não compreender esse ciclo é partir para um jogo onde o grande perdedor será você mesmo.
O que fazer então? Existe uma receita? A verdade é que não. Mas existe uma boa prática. E essa boa prática se chama pro labore.
O salário do dono: Pro Labore
A melhor prática para o dono de um consultório médico ou odontológico, especialmente nos primeiros 5 anos é ter uma retirada mensal mais modesta para ir capitalizando e formando uma reserva para reinvestimento no seu consultório.
Essa retirada se chama Pro Labore. É uma espécie de salário que é pago ao sócio de um consultório que trabalha na empresa. Ele é tributa e deve ser ajustado a realidade do seu mercado.
Não adianta querer enganar o fisco. É comum encontrarmos pequenos consultórios onde existem uma secretária que ganha R$ 1.200,00 em carteira e 3 sócios dentistas que tem um pro labore cada um de R$ 880,00. O fisco não é bobo e mais cedo ou mais tarde vai autuar esse consultório por fraude. E as multas são pesadas.
Sempre é fundamental contar com a ajuda de um bom contador e examinar cada caso. Ok, mas e o lucro da empresa? O lucro deve ser provisionado mês a mês em uma conta específica e ser distribuído aos sócios numa proporção de 30% a 50% do valor total provisionado a cada trimestre ou semestre de acordo com o que for combinado.
Essa é a melhor estratégia para seu consultório crescer aos poucos e de forma controlada, sem se descapitalizar, ou seja, sem que você corra o risco de estar "matando a sua galinha dos ovos de ouro".
Conclusão
Todo mundo fica ansioso para retirar dinheiro quando começa a ver que o negócio esta dando certo, mas a gestão financeira do seu consultório médico ou odontológico passa por uma percepção de longo prazo.
É preciso paciência, resiliência e uma estratégia de longo prazo para perpetuar seu consultório a longo prazo. Se você precisa de ajudar para organizar a gestão do seu consultório e precisa de ajuda profissional, entre em contato conosco e vamos conversar.
Sênior Marketing | Sr. Site
Gestão e Marketing Para Saúde